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A Anatomia Patológica é especialidade médica que tem como objetivo o auxílio ao diagnóstico clínico e cirúrgico, ou seja, o esclarecimento quanto ao tipo de doença, seu causador, sua classificação, estágio em que se encontra e prognóstico, fatores que definem o tratamento a ser aplicado em cada caso. Baseia-se na análise macroscópica ("a olho nu") e microscópica de biópsias (pequenos fragmentos retirados dos tecidos) e peças cirúrgicas (segmentos ou órgãos inteiros).

Hoje conta com o apoio das técnicas sofisticadas da biologia molecular que, aliadas à microscopia tradicional, evidencia componentes estruturais e produtos metabólicos das células, resultando em análises mais profundas e específicas das doenças.


A análise anatomopatológica dos tecidos lesados é também conhecida como exame histopatológico. Uma de suas mais importantes aplicações está no diagnóstico de lesões tumorais em fases ainda iniciais. A detecção precoce é a principal arma no combate ao câncer. Em geral, quando os tumores são diagnosticados no início de sua formação podem ser completamente removidos, evitando assim sua disseminação. Nesta fase existe uma boa chance de cura da doença.

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O desenvolvimento de aparelhos que permitem a visualização interna dos órgãos trouxe um grande avanço neste sentido. A endoscopia digestiva, a colonoscopia, a broncofibroscopia e a laparoscopia são exemplos de procedimentos que, utilizando fibras ópticas e pinças especiais, permitem que pequenas lesões sejam visualizadas, biopsiadas e, freqüentemente, completamente removidas.


Além do diagnóstico de tumores, outras formas de avaliação dos tecidos podem ser feitas através do exame histopatológico. A biópsia gástrica, por exemplo, hoje um exame bastante comum, pode verificar o grau de inflamação da mucosa (doença conhecida por gastrite) a presença da bactéria causadora - o Helicobacter pylori - e outras alterações importantes como as displasias epiteliais que podem preceder o aparecimento de um câncer.



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Recentemente acompanhamos o caso de um paciente portador de uma doença que cursa com o aparecimento de pequenas "bolsas" na parede do intestino, chamadas de divertículos, que freqüentemente inflamam. Devido aos sintomas da inflamação, ele foi submetido a uma colonoscopia (visualização do intestino grosso através de fibra óptica). Casualmente uma lesão neoplásica com menos de 1 cm foi encontrada e parcialmente removida pela pinça do aparelho. O diagnóstico histopatológico foi de adenocarcinoma, o tumor maligno mais comum do intestino grosso. Foi então indicada uma cirurgia para ressecção de parte do órgão. O exame anatomopatológico da peça cirúrgica comprovou que o tumor estava confinado ao local de origem ou seja, ainda não havia invadido outras camadas da parede do intestino e nenhuma outra estrutura vizinha. Este paciente está, a princípio, curado de uma doença que poderia leva-lo ao óbito em pouco tempo.

 

 
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